quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

En vecka för två.

"(...) Ontem eu voltei do Novo México e chorei toda a marina do meu corpo pra manter vivas as águas-vivas. Achei que as pobrezinhas não sobreviveriam a uma viagem de estrada de quarenta e cinco minutos, quanto mais sete horas de voo, mas viveram, eu vivi. Vim, vi e venci, até chegar o Brutus, que foi uma metáfora pra nossa história de amor que não foi bem amor, porque não se trata um amor como se trata todo o resto e ela não conseguiu evitar. Não sou uma qualquer, porra. Eu queria lembrar quem foi que me disse que, se os olhos são as portas da alma, as minhas pupilas seriam como fechaduras de bordéis, e agora eu concordo, quando o sufoco e arranho e costuro meus lábios nos dele enquanto me vingo dela, da vida e do fato de não entender a Bovespa, e por considerarem geologia uma ciência e que a meia-calça sempre desfia no joelho. Ele serpenteia e investe, mas não me toca, não me é gentil, e acho que isso é ainda pior. Ao menos eu tenho o consolo de não amar ninguém, mas honestamente, eu amo todo mundo, não vejo vantagem e não me corto porque não quero cicatrizes pós-hormonais, mas tudo bem. Porque na manhã seguinte, o céu se tinge de novo e eu tenho um dia a menos pra reclamar dele, das águas-vivas, do Robert de Niro e da bolsa, e quem sabe um dia eu me canse e fadigue de tanto ser."

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