quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Jag gillar dig.

Não porque é o óbvio, apesar de ser. Quer dizer, quem não gostaria de você? Tudo que você faz é bonito aos meus olhos. Às vezes eu olho ao redor e tento ler os olhos alheios, tentando identificar se eles veem em você tudo o que eu vejo. Tanto potencial para a perfeição. Apesar de que perfeição é algo muito relativo, meu amor, e sou bem consciente de que minha ideia de perfeição é bem diferente da maioria.

Minha perfeição é algo simples. Eu quero um lençol branco fino e macio e não uma coberta; não precisarei de uma se eu tiver o teu calor pra me aquecer e me manter protegida. Eu quero uma paisagem verde à Alfredo Wagner, pra sentir o cheiro da grama cortada à força pelo vento frio mordaz, sentir a brisa embaraçando meus cabelos, estes que estarão entre os teus dedos, certo? Eu quero ouvir Chico Buarque suavemente cantando sobre notas surdas e tripas transformadas na primeira lira, sobre janelas de vestidos, sobre bandidos e romances falsos como o nosso, enquanto tu deslizas os dedos pelo contorno do meu corpo como se quisesse memorizá-lo, como se precisasse lembrar da textura exata - e eis que menos sábios do que antes os meus lábios ofegantes haveriam de te dizer assim: "me leve até o fim".

Eu quero um travesseiro que amanheça com o teu cheiro. Eu quero um romance errado que pareça certo. Eu quero um dedo entrelaçado no meu, escondido dos olhares alheios. Eu quero um olhar que eu sei que é reservado para mim; até porque como diabos você conseguiria olhar para outra pessoa do jeito que olha pra mim? Eu quero seu sorriso simples quando ele for de verdade, e isso não é difícil de conseguir, nós sabemos, meu amor. Eu quero escrever algo obsceno num pedaço de papel qualquer e colocar no teu bolso sem que tu vejas, pra que tu leias em algum momento inoportuno e enrubesça. Eu quero que tu saibas qual é minha música favorita, eu quero que tu lembres o nome do meu restaurante predileto, eu quero que tu vejas algo que lembra minha personalidade e sorria, lembrando-se de mim.

E acima de tudo, tudo isso, quero nunca pares de dizer o meu nome, pois ele soa gentil vindo dos teus lábios.

3 comentários:

  1. E acima de tudo, quero que nunca pares de escrever, pois soa lindo vindo das tuas mãos.

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  2. "e romances falsos como o nosso" DEUS. Esse texto me virou do avesso.

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Seja doce!