Apagar um cigarro num morango podre foi literalmente a peça mais poética que eu já pude pensar. Tu me disseste uma vez que nunca haverá outra mulher como eu e que eu sou o teu único amor, pois bem. Meu amor é teu. Eu gosto de gastar meus dias com a minha camisola, com as brisas eventuais da varanda, me espremendo no sofá ou esticada na cama. É um momento de relaxamento pra mim, todos esses dias juntos. Eu sinto como se eu finalmente pudesse ser eu mesma, só que sem as preocupações cotidianas de ser odiada, apunhalada, maltratada, desrespeitada. É o primeiro momento em que eu posso realmente aproveitar todas as nuances dos meus dias, todas as cores. Hoje o céu parecia pegar fogo, apesar de chover; as nuvens escuras e esparsas em movimento pareciam fumaça de anunciação. Posso aproveitar minha pele, meu cheiro, meus cabelos, meus olhos no espelho, minhas unhas irregulares, meu gosto e minha risada. Você reclama da minha dependência e carência; é verdade, por mim eu não sairia mais do seu lado, cabeça e pés debaixo dos lençóis, escondidos ambos do resto do mundo e das preocupações e encheções de saco de todo mundo. Todo mundo é tão chato e cansativo e traiçoeiro e irritado, mas não você. Você é lindo em todos os seus ângulos e todas as suas lentes. Tudo parece meio rosa, meio borbulhante, meio florido. Tudo ficou tão macio depois que você chegou, tudo ficou tão mais despreocupado.
Deixa eu gostar de você, vai. Me encostar aqui em você, fazer nada por uns dias, deixar a poeira baixar até alguém sentir minha falta. Aí eu fico mais um pouco.
ps: felizes dez meses.
que fofo! deve ser uma delicia ter uma namorada que escreve textos tao lindos
ResponderExcluirAudy, que texto mais lindo e doce e verdadeiro! :)
ResponderExcluirQue texto lindo, Audy!
ResponderExcluir